Prefeitura de SP exige que hipertenso comprove uso de pelo menos 3 remédios contra pressão alta para vacinar contra Covid-19-Saiba mais
A vacinação contra Cov*d-19 de pessoas com comorbidades e idade entre 55 e 59 anos teve início nesta quarta-feira (12) em São Paulo, mas a falta de informações detalhadas sobre a comprovação de doenças preexistentes causou confusão em unidades de saúde da capital.
Para vacinar pessoas com hipertensão arterial resistente, a Prefeitura de São Paulo orientou unidades de saúde a solicitar a comprovação de uso de “três ou mais remédios anti-hipertensivos de diferentes classes”.
A classificação de hipertensão arterial resistente no Plano Nacional de Imunização (PNI), documento elaborado pelo Ministério da Saúde para definir comorbidades prioritárias, cita como critério de hipertensão a “permanência de pressão arterial acima das metas recomendadas mesmo com o uso de três ou mais medicamentos de diferentes classes”. A mesma definição é mencionada em anexos técnicos da prefeitura da capital e do governo do estado de São Paulo.
No entanto, a necessidade desta comprovação específica no momento da vacinação não consta nos documentos de divulgação para o público final do governo estadual nem da prefeitura. Não é mencionado, em seus comunicados para o público, que há um número mínimo de medicações para comprovar a hipertensão arterial .
O site VacinaJá, do governo estadual, afirma apenas que, para receber a vacina, “qualquer pessoa com comorbidade e que integre os grupos anunciados deve apresentar comprovante da condição de risco por meio de exames, receitas, relatório ou prescrição médica”.
Outra exigência da prefeitura da capital que não consta nas comunicações do governo estadual é a de que esses documentos comprobatórios tenham o CRM do médico responsável e que tenham sido emitidos há menos de dois anos.
A confusão sobre a comprovação da pressão alta afeta um grande número de pessoas porque a hipertensão é a comorbidade mais comum dentre as listadas no Plano Nacional de Imunização (PNI). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 30% dos brasileiros são hipertensos.
Comorbidades aceitas pelo governo de SP
O governo estadual afirma que seguirá os critérios de comorbidade definidos pelo Ministério da Saúde, para pessoas com as seguintes doenças:
- Insuficiência cardíaca
- Cor-pulmonale e hipertensão pulmonar
- Cardiopatia hipertensiva
- Síndrome coronariana
- Valvopatias
- Miocardiopatias e pericardopatias
- Doença da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas
- Arritmias cardíacas
- Cardiopatias congênitas no adulto
- Próteses valvares e dispositivos cardíaco implantados
- Diabetes mellitus
- Pneumopatias crônicas graves
- Hipertensão arterial resistente
- Hipertensão artéria estágio 3
- Hipertensão artéria estágio 1 e 2 com lesão e órgão alvo
- Doença cerebrovascular
- Doença renal crônica
- Imunossuprimidos (inclui câncer)
- Anemia falciforme
- Obesidade mórbida
- Cirrose hepática
- Portadores do vírus HIV
De acordo com a coordenadora do programa estadual de imunização, Regiane de Paula, pacientes com câncer estão incluídos na categoria de “imunossuprimidos”.
Documentos necessários, segundo governo estadual
Pessoas com comorbidade
- Apresentar comprovante da condição de risco por meio de exames, receitas, relatório médico ou prescrição médica;
- Cadastros já existentes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) poderão ser utilizados como comprovação.
Pessoas com deficiência permanente
- Apresentar comprovante de recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
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Fonte: G1